quinta-feira, 22 de julho de 2010

Equilíbrio



Estranho eu , num dia normal

Em que criança não vê pica-pau

Onde uma banca não vende jornal

Gozando a insanidade de estar fora do atual

E ainda que Deus me julgue do mal

Questiono o mundo de forma fatal

Mesmo no meu dia sem censura mental

Penso com medo : Quem é Deus afinal ?

Por um instante me julgo do mal

E me olhando de forma irreal

Vejo-me deus , de forma carnal

E agora sim !

Gozando de minha capacidade mental

Vejo-me corpo com forma espiritual

Vejo-me Ddeus. (sic)

segunda-feira, 5 de julho de 2010

CHICO XAVIER E O LSD


(retirado de Saindo da Matrix).

Em outubro de 1958, Chico tomou uma decisão surpreendente: iria experimentar o ácido lisérgico. Perguntou a Emmanuel se ele poderia fazer a experiência com amigos de Belo Horizonte. O guia se ofereceu para promover a "viagem". À noite, Chico se sentiu fora do corpo, Emmanuel se aproximou dele, colocou uma bebida branca num copo e explicou: era um alcalóide capaz de produzir o mesmo efeito do LSD.

Chico engoliu a bebida, um tanto amarga, e começou a se sentir mal, como se estivesse entrando num pesadelo. Animais monstruosos se aproximavam e cenas assustadoras desfilavam diante de seus olhos. Ele acordou com mal-estar. O sol parecia uma fogueira e o irritava, as pessoas o cercavam, desfiguradas. À noite, Emmanuel reapareceu com a lição psicodélica: o alcalóide refletia seu estado mental.

Chico quis saber como recuperar a tranqüilidade e escapar da ressaca. Receita: oração, silêncio e caridade, para colher vibrações positivas. Chico seguiu as dicas à risca. Começou a visitar doentes pobres, a atrair bons fluidos e, durante cinco dias, trabalhou para se refazer. No sexto dia ele se sentiu melhor. À noite, Emmanuel voltou e propôs repetir a experiência com o mesmo alcalóide. Mesmo desconfiado, o discípulo concordou. O efeito foi surpreendente: alegria profunda.

Teve sonhos maravilhosos, visitou uma Cidade de cristal, olhou para o céu como se ele fosse de vidro. Até a Fazenda Modelo ficou deslumbrante. Os livros pareciam encadernados por safiras e ametistas, luzes saíam do corpo dos companheiros, das plantas e dos animais. Chico sentiu vontade de abraçar todo mundo. Ficou assim, em êxtase, quatro dias seguidos, em estado de alegria descontrolada, insuportável. Emmanuel apareceu com as explicações:

- Você está vendo seu próprio mundo íntimo fora de você. Moral da história:
Nós estamos aqui para cumprir obrigações, não para gozar um céu imaginário nem para fantasiar um inferno que devemos evitar.


Extraído do livro "As Vidas de Chico Xavier" (Planeta, 2003), escrito pelo jornalista Marcel Souto Maior