sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

A abstinência

A abstinência me faz querer correr daqui

Ela é a ferida que sangra quando o corpo pede uma sensação que no momento não está

Eu me revolto e digo pra mim, pode chorar, eu não vou te dar o que você quer!

Digo isso até eu me distrair ou ter companhia pra sucumbir pelos desejos de outrem o que eu, somente eu, quero.

Quero morrer e nada mais importa se for pra viver o que vivo aqui dentro

A abstinência me faz querer correr daqui

Quero suportar, e se for pra morrer que eu morra então.

Mais radical é viver essa aflição. Não quero anestesiar. É isso que a sociedade quer de mim.

E o que a natureza quer de mim é que eu enfrente o meu carma, que eu não largue minha cruz

Ja é então, vagabundo, vou viver a intensidade da sobriedade

Espero que minha estrutura não rompa, que meu corpo não destroce e que minha mente não enlouqueça

Não vou usar nada, nem a bíblia, vou dar um jeito de coordenar esses pensamentos.

Esse texto é meu divã e esse blog é minha casa da árvore.

Vou viver de tanto morrer,

vou até as cinzas e vou renascer



quarta-feira, 12 de setembro de 2018

Batismo

Apaguei as luzes do meu quarto e aqui escrevo da penumbra, escutando uma flauta chinesa...
Meu coração está cheio de vida e meu corpo cheio de energia.
Vamos fazer planos! Conquistar ou só assistir conscientes a vida passar!
Mas vem comigo, não quero fazer isso só...
Você consegue me ouvir? Achei um refúgio! Aqui tem luz e verdade.
Aqui tem-se um propósito, uma ideologia verdadeira.
Ei! Você está me ouvindo? Pode me ver?

Bilhares de vezes por segundo o presente tenta te chamar, mas parece que você não vê...
Aqui de onde estou está ótimo, mas não é tão bom estar aqui sozinho...
Você quer vir comigo?
Posso te ensinar a ser feliz!
Vamos fazer isso juntos!
Pode me dar a mão se quiser...
Não entendo porque não me ouves...

Você diz tanto ser infeliz dai onde estás...
Então por que você escolhe as sombras?
Por que você adora as sombras?
Você não se lembra mais como é boa luz?
Como eu posso te fazer enxergar novamente?!
Acorda meu amor! Meu amado irmão!
Eu sou teu amigo e te quero tão bem!
Eu te amo!
Tenho lágrimas nos olhos ao dizer isso...

...

Já não sei se você não pode ou não quer me enxergar.
Talvez não goste de mim...
Sigo sozinho o meu caminho de luz ou te amaldiçoo por negar meu amor?
Talvez você realmente não possa me enxergar... Eu já não sei!

Tem alguém ai nessa claridade?!! (Meu grito ecoa na luz)
 Tem alguém aqui na iluminação?
Por favor apareça! Eu não quero ficar só...

(Se Tudo eu sou, nada está comigo, pois tudo que existe ao meu redor sou eu e nada está comigo
Se Nada eu sou, tudo está comigo, pois de tudo que existe ao meu redor, nada sou eu, logo tudo está comigo)

Serei nada então, pode se derramar sobre minha existência! Minha opinião não mais importa!
Sou o que você quiser, o que você precisar!
Pode derramar sua vontade sobre o meu viver
Eu sou teu jarro!
Não existe mais meu ser,
Oh Natureza Máxima!

Sou teu, Amor!






quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

Não sei quem sou eu (notas antigas do celular)

Não sei quem sou eu

Mas
Eu me sincronizei com o sol
Então agora ele clareia pra meu despertar

Eu me sincronizei com a noite
E ai ela cai e acende a lua cheia pra iluminar o mar
Que eu mergulho

Achei a frequencia ótima de respiração
E agora o vento é serve meus pulmões como um rei

E se eu quiser eu não tenho ansiedade
Porque de pazes com o presente eu não temo a morte

Eu sou a vida pura,

Sou labareda que incendeia a floresta e estala o ar
Expulsando todo tipo de besta
Eu sou o bruxo que foi queimado no passafo
Sou o negro que foi acorrentado
Sou capoeira!
Sou o grito debaixo dágua
Sou o salto da pedra no mar
Sou o amor pela minha mãe
Sou a revolta sou aquele que arranca

Sou tudo sou porra nenhuma

sexta-feira, 6 de maio de 2016

Voltei a escrever aqui. Esse é meu lugar secreto. Meu esconderijo, tipo casa na árvore. Sempre quis ter uma casa na árvore. Um lugar onde eu posso me encolher e ter medo, onde eu posso ser fraco, ser criança indefesa. Onde posso ser sonhador ou suicida. Ninguém me vê a não ser o fantasma da minha própria juventude.

domingo, 28 de agosto de 2011

Hipoxia sazonal controlada


Eu estou definhando, mas não é por comida.
Como no inverno, quando o Sol não esquenta.
Como no verão, quando o gelo não se forma.
Como no outono, quando as folhas não se sustentam.
Como na primavera, quando a vida se renova.
Quando sentimos fome, mas não é por comida...
Quando a saudade não é mais percebida.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Crescendo


Branco : luz
Vermelho : acordar
Azul : céu
Amarelo : sol
Verde : ecout !
Preto : sono

Branco : manhã
Vermelho : amor
Azul : mar
Amarelo : passarinho
Verde : jardim
Preto : sonho

Branco : caderno
Vermelho : paixão
Azul : jeans
Amarelo : atenção
Verde : online

Preto : medo


Vermelho : sangue
Azul : tristeza
Amarelo : ouro
Verde : esperança
Preto : morte

sábado, 4 de dezembro de 2010

Poema apolar.



Quando nasci, nem um anjo disse nada.
nem esses que vivem na sombra .

Os homens espiam as casas
e não mais correm atrás de mulheres.
A tarde , o dia e a noite eram brancas
como o teto de uma sala de aula.

O bonde ... era pra ser mais rápido.
Nem pensei em olhar para pernas . Estava atrasado.
Para que tanta pressa, meu Deus, perguntaria meu coração .
Porém , meus olhos
não perguntariam nada. Até porque , já sei que coração bate e o olho vê.


O homem atrás do espelho
nunca se viu com seus olhos que vêem.
Quase não diz o que quer .
Para que permaneça rodeado de alguns amigos que não o conhecem.
o homem atrás dos óculos e do -bigode
nem era mais ele
nem sei se era homem.

Bom , pelo menos nunca fui abandonado ...


Mundo mundo vasto mundo,
para que esse espinho tão fundo ?
contaminou-te com meu sangue imundo .
Mundo mundo vasto mundo,
mais vasto foi meu coração.

Eu não devia te dizer
mas essa lua
mas esse conhaque
botariam o diabo tão comovido quanto a gente .

Eu sei que não tenho tempo para comoção
mas é só enquanto o bonde não chega

Mas se tivesse ... ahh se tivesse ...
Um dia eu terei.