sábado, 4 de dezembro de 2010

Poema apolar.



Quando nasci, nem um anjo disse nada.
nem esses que vivem na sombra .

Os homens espiam as casas
e não mais correm atrás de mulheres.
A tarde , o dia e a noite eram brancas
como o teto de uma sala de aula.

O bonde ... era pra ser mais rápido.
Nem pensei em olhar para pernas . Estava atrasado.
Para que tanta pressa, meu Deus, perguntaria meu coração .
Porém , meus olhos
não perguntariam nada. Até porque , já sei que coração bate e o olho vê.


O homem atrás do espelho
nunca se viu com seus olhos que vêem.
Quase não diz o que quer .
Para que permaneça rodeado de alguns amigos que não o conhecem.
o homem atrás dos óculos e do -bigode
nem era mais ele
nem sei se era homem.

Bom , pelo menos nunca fui abandonado ...


Mundo mundo vasto mundo,
para que esse espinho tão fundo ?
contaminou-te com meu sangue imundo .
Mundo mundo vasto mundo,
mais vasto foi meu coração.

Eu não devia te dizer
mas essa lua
mas esse conhaque
botariam o diabo tão comovido quanto a gente .

Eu sei que não tenho tempo para comoção
mas é só enquanto o bonde não chega

Mas se tivesse ... ahh se tivesse ...
Um dia eu terei.

domingo, 28 de novembro de 2010

Como as coisas virão a ser...



Há cerca de um ano atrás eu menti para todos vocês, poucos leitores, que ou se tornaram debochados, ou dislexos, para entender algo que eu tentei escrever.

Há cerca de um ano atrás eu escrevi “como as coisas costumavam ser”. Na esperança de que as coisas ruins melhorassem, eu escrevi que as coisas só pioram, na esperança por um ano novo, eu disse que seria a mesma coisa, na tentativa de ser menos preso à razão, eu ataquei as superstições babacas, plantei merda e quis colher coisas boas.


Esse ano, como eu havia dito, foi muito pior que o ano anterior. Mas isso não prova que eu estava certo. O ano me provou que eu estava errado, fazendo eu estar certo.


Olhando para trás, eu não sei me reconhecer. Não sei o que fui em 3 diferentes tempos desse ano. Fui 3 outros, e tudo que tinha um dia construido, não existe mais. Estou sendo sincero, porque a primeira coisa que quero construir para o futuro é a sinceridade.


Há 3 minutos atrás eu era babaca demais para assumir a responsabilidade de dizer que estava mentindo. Mas o que a responsabilidade reclama para si, de qualquer forma é muito mais pesado do que hoje eu posso aguentar. Então eu vou tentar ser o que vem de mim, e também não vou assumir a consequência. A consequência, ficará... não sei. Mas as responsabilidades eu assumo.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Liberdade


Há muitos anos nos pegamos lutando por liberdade . Afinal,será que nós conseguimos viver libertos , ou a ideia de liberdade na íntegra vai diretamente em choque com o modelo humano civilizado? Se formos analisar muitos outros aspectos em que a liberdade influi , chegaremos a conclusão assim como cheguei que o homem não está preparado para se libertar , temos medo ,somos fracos então preferimos nos deixar dominar por qualquer coisa que substitua o pensamento lógico de viver essa vida sem lógica nesse mundo sem lógica por medo de tentar mudar e estragar mais ainda.

Estragar O que?

Para mim , liberdade é um perigo . Se deixo minha cabeça livre a pensar ela me destrói , tenho que me manter ocupado com qualquer coisa . E ninguém melhor do que homo sapien-sapiens para criar qualquer coisa . Cheguei a conclusão de que esse modelo de vida que temos é exatamente a que merecemos , pois ao ver-me frente a frente com a chance de testar algo diferente eu me cubro até a cabeça por mais calor que esteja e apelo até a Deus para que nunca mais dê liberdade a meus sonhos nem a minha mente , mesmo que pela manhã eu me arrependa .

Acho que no momento em que tivermos competência para ter liberdade ela virá até nós. É hipocrisia dizer que é o sistema que nos prende . Na verdade nos deixamos dominar por um sistema que se adéqua perfeitamente a nossa covardia . Fico feliz por ter um ato inicial de coragem , que é assumir a minha covardia .

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Equilíbrio



Estranho eu , num dia normal

Em que criança não vê pica-pau

Onde uma banca não vende jornal

Gozando a insanidade de estar fora do atual

E ainda que Deus me julgue do mal

Questiono o mundo de forma fatal

Mesmo no meu dia sem censura mental

Penso com medo : Quem é Deus afinal ?

Por um instante me julgo do mal

E me olhando de forma irreal

Vejo-me deus , de forma carnal

E agora sim !

Gozando de minha capacidade mental

Vejo-me corpo com forma espiritual

Vejo-me Ddeus. (sic)

segunda-feira, 5 de julho de 2010

CHICO XAVIER E O LSD


(retirado de Saindo da Matrix).

Em outubro de 1958, Chico tomou uma decisão surpreendente: iria experimentar o ácido lisérgico. Perguntou a Emmanuel se ele poderia fazer a experiência com amigos de Belo Horizonte. O guia se ofereceu para promover a "viagem". À noite, Chico se sentiu fora do corpo, Emmanuel se aproximou dele, colocou uma bebida branca num copo e explicou: era um alcalóide capaz de produzir o mesmo efeito do LSD.

Chico engoliu a bebida, um tanto amarga, e começou a se sentir mal, como se estivesse entrando num pesadelo. Animais monstruosos se aproximavam e cenas assustadoras desfilavam diante de seus olhos. Ele acordou com mal-estar. O sol parecia uma fogueira e o irritava, as pessoas o cercavam, desfiguradas. À noite, Emmanuel reapareceu com a lição psicodélica: o alcalóide refletia seu estado mental.

Chico quis saber como recuperar a tranqüilidade e escapar da ressaca. Receita: oração, silêncio e caridade, para colher vibrações positivas. Chico seguiu as dicas à risca. Começou a visitar doentes pobres, a atrair bons fluidos e, durante cinco dias, trabalhou para se refazer. No sexto dia ele se sentiu melhor. À noite, Emmanuel voltou e propôs repetir a experiência com o mesmo alcalóide. Mesmo desconfiado, o discípulo concordou. O efeito foi surpreendente: alegria profunda.

Teve sonhos maravilhosos, visitou uma Cidade de cristal, olhou para o céu como se ele fosse de vidro. Até a Fazenda Modelo ficou deslumbrante. Os livros pareciam encadernados por safiras e ametistas, luzes saíam do corpo dos companheiros, das plantas e dos animais. Chico sentiu vontade de abraçar todo mundo. Ficou assim, em êxtase, quatro dias seguidos, em estado de alegria descontrolada, insuportável. Emmanuel apareceu com as explicações:

- Você está vendo seu próprio mundo íntimo fora de você. Moral da história:
Nós estamos aqui para cumprir obrigações, não para gozar um céu imaginário nem para fantasiar um inferno que devemos evitar.


Extraído do livro "As Vidas de Chico Xavier" (Planeta, 2003), escrito pelo jornalista Marcel Souto Maior

domingo, 13 de junho de 2010


A ERA DE OTARIUS



A precariedade da arte contemporânea está vinculada ao desgosto social ao estilo de vida que levamos , que faz com que os artistas entregues ao raciocínio puro e lógico , entrem em conflitos consigo mesmo ao aderir a esse estilo. Os últimos artistas definharam através de álcool , drogas e ideologias alternativas às vezes fantasiadas pela loucura e o anseio por uma forma vital que equiparasse a logística de seus pensamentos . O que acontece com a arte hoje é uma consequência dessa seleção que ocorreu e ainda ocorre na sociedade que pode gerar uma espécie de segregação “sóciomental” ou a simples adaptação ao meio . Essa adaptação é uma forma de não enxergar a queda nesse abismo que estamos caindo com possível impossibilidade de volta .

O que temos hoje é uma arte que quer continuar cega e alienada , para acompanhar o ritmo depressivo de invalidez social e mental que por dominação nos foi imposto.

Isso quer dizer que ser idiota hoje em dia é meio que uma adaptação involuntária , ou não.

Houve e continua havendo uma espécie seleção natural em que os seres pensantes ou racionais estão sendo extintos para a formação de uma nova era . Uma era em que a música , a novela os reallity shows funcionam como entorpecentes ou anestésicos para que possamos dar continuidade a nossa imbecil formação intelectual , que se dá a partir da saturação de informações desnecessárias para que nem pensemos em pensar no necessário , trocando-o por fundamentalmente só papel.






Campainha seguida de Morte Racional .

Nesse momento vou ter que parar de escrever pois meu pai chegou aqui e ligou a televisão bem alta para ver a copa do mundo. E aposto que a encarnação do gênio Charles Darwin (menção a Charles já que utilizada sua teoria na explicação) está em algum lugar do mundo assistindo também ou estudando para a prova da UERJ , o que não vejo muita diferença . O que prova que a ignorância aqui é forçada e a infelicidade mascarada pelo hedonismo . Se tu pensas e pretendes continuar a pensar , prepare-se para a morte ou para loucura , não pertences a essa nova era . A era de OTARIUS . GOL!!!

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Réquiem para Dorian Gray


Ambev – A empresa do futuro.

Não é por ser época de carnaval, verão, ou de festas de fim de ano. A bebida alcoolica é sem duvida, um dos produtos de mais fácil venda no mundo. A grande ascessão da civilização pode se dizer que é justamente no domínio da técnica de produção alcoolica. De outra maneira, não acredito que seria possível conseguir suportar o abismo entre o âmago humano e sua recém história de exploração. A civilização egipcia, temos exemplo de uma das maiores que tivemos até a nossa, e tem sua história criada a escravismo e alcool. Hoje a antropologia vê claramente, como num jogo de Xadrez, aonde você quando está de fora tem sua percepção ampliada, que o Alcool era usado como um instrumento de indução social, um anestésico mental, e afrodisíaco. Hoje, porém, consumimos ainda mais alcool, e não percebemos o sistema escravista contemporaneo, não pensamos sobre nossa condição, e continuamos sendo as parideiras do Estado.

A decadência da igreja e a morte de Deus.

Hoje vivemos num ambiente sem quaisquer proibições, qualquer bizarrice pode ser televisionada e vendida, porque hoje a moral vigente, é a moral do gozo. Nada mais é clandestino, precisamos viver na busca constante do prazer, atigir o prazer eterno, e é por isso que estamos alcoolizados a maior parte do tempo. O que fizermos para atingir o gozo é permitido e inquestionavel, embora isso tenha trazido mais sofrimento que prazer.

Ei amigo? Você não precisa se divertir hoje aqui ok? (se vc é da modinha new age pule esta parte)

Podemos ver estes aspectos claramente no retrato da globalização. A popularização de religiões hedonistas é um exemplo. O que lhe é vendido do budismo, é a busca pela paz interior, pela alegria, e serenidade, claramente, o individualismo do seculo XXI é parte da moral do gozo. Para alguns a meditação é a busca do prazer individual, para outros o nirvana está num copo com Coca-cola. A Coca-cola é o ultimato para o superego, digo é o que o individuo que vive na busca pelo eterno prazer tem como seu deus, ou melhor buda, deus está morto. A Coca-cola é feita para matar sua sede, mais quanto mais você bebe, mais você sente sede e mais precisa beber, estando numa situação aonde desfruta do constante prazer de estar matando sua sede. Sem nunca alcança-lo.

O Prazer se transformou em dever.

Disseram-nos em algum lugar, que viemos do céu, e que estamos aqui para sermos felizes. Dito isso observando nosso estado. Não é de se espantar como estamos tomando anti-depressivos como água! essa busca pela felicidade, pelo prazer, pelo gozo pleno da vida está diretamente ligado a esta constante depressão e angustia contemporanea.

Ou ninguém sabe ou ninguém se importa.

Você não deve deixar de se divertir, ter prazeres ou beber, mas saber que lhe é permitido não ter prazer, nao se divertir, não beber. Não transformar o prazer em uma obrigação. O prazer como obrigação que é tão cultuado em nossa sociedade pode explicar a ascensão do império da Bebida, a necessidade de estar se divertindo enquanto o resto está caindo aos pedaços e a necessidade de ser enganado pela televisão para levantar cedo todos os dias.

Menos porque a Felicidade veio, e foi embora.


sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Fulano


Me surpreendo (sic) com minha necessidade de escrever.

Mesmo não tendo as grandes explosões de uns

Nem a grande vontade de descrever o indescritível de outros

Ao ponto de me arriscar a um neologismo inexato , faço questão de tentar .

Àqueles que se acham de imensuráveis sentimentos

Àqueles que se valorizam por conseguir descarregar-se em palavras

Mensurável a você são os sentimentos alheios , a você e a mim

Considero arte aquilo que vem ao acaso , valorizo a criatividade sem finalidade

O pagamento é o prazer de passar sua genética ao papel

E ver nascer sua ideia formada de palavras num corpo textual

Arte é para subsistência apenas pessoal

E mesmo que ao final , tenhamos uma resposta semelhante ,

Que tracemos caminhos diferentes

Pois assim estaremos gozando de verdadeiro valor de tal .

Só assim , ao deparar-me com essa minha estranha vontade de escrever

Enxergo que tudo que escrevo vem de mim ,

e o que explica esse surto de ideias,

não é uma explosão , e sim tudo aquilo que fica em volta a uma

Boas ideias se situam perto de explosões em ação

Ao observar isto ; use o corpo , o som e a palavra para descrever tudo aquilo que está em constante e acelerada mudança.

Ideias não são como ondas

Não procure um objetivo ao fazê-la ou entendê-la

Pois até isso acontecer , não serão mais as mesmas

Ou não terão a mesma intensidade ao ponto de não conseguir passá-las de forma ideal ao papel .

Boas ideias são descartáveis com uma mínima vida útil .

Veja a importância apenas a ti, e não se considere um artista .

Artista não faz arte . Pois a arte não tem nome muito menos fama .

Não espere por uma conclusão , lição ou uma espécie de fim nesta.

E se um dia vir a ser artista , pode ter certeza

Já estará mais que explodido

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Eu preciso ser salvo!



Aonde isso tudo vai parar? Eu me pergunto, toda vez que acordo como hoje, de madrugada, antes de me levantar.
Antes chegar na cozinha e beber água, olho para o Céu e perco alguns minutos perplexo com tudo aquilo que posso ver mas sei que nunca poderei tocar, O Homem sequer descobriu a si mesmo e já está mandando sondas pra Marte.
Eu não sei em Marte, mas aqui na Terra, as coisas estão uma bagunça. Eu gostaria de poder mudar, mas as coisas já não estão ao meu alcance.
Quando olho para aquele Céu de noite interrompida vejo muitas coisas, só não enxergo como fazer as pessoas verem ele também.
Nossas casas, com nossos sólidos telhados nos roubaram aquela luz, nossos trabalhos com seus rigorosos horários nos roubaram aquele sorriso, nossos carros nos roubaram a paisagem, a cidade nos roubou a liberdade, a escola nos roubou a criatividade, o dinheiro nos roubou de nós mesmos.
A Ciência diz que em Marte as coisas são frias como nós nos tornamos, que o Espaço é vazio como nossos corações, e que a civilização é produto da evolução do homem.
Deus como eu quero ser um macaco!
Esse Céu que parece brilhar exclusivamente para mim se tornou tão apático quanto eu.
Costumava me impulsionar, mas parece que ele perdeu as esperanças também. Ele um dia lutou para provar que estava certo, mas foi ofuscado pela luz artificial das estradas.
Estradas que pareciam que nos levariam a algum lugar, mas o mundo é redondo, e estamos andando em círculos .
Não sou mais capaz de responder minhas próprias perguntas, apesar de todos me dizerem que estou errado alguma coisa naquele céu diz quando brilha que eu posso ter razão. Mas a cada dia que passa esse mesmo Céu se apaga e com ele se esvai a vontade de mudar.
Quando não houver mais Céu o que virá depois?